sábado, 30 de janeiro de 2010

Solidão

O dia mais vivido da minha vida foi o dia em que você me deixou.
Lembro de cada minuto, de cada gosto, de cada sensação; tive idéias absurdas, pensei em te procurar, te escrevi, tentei conversar.
Lembro de pensar que a vida tinha acabado e depois, sorrir como se fosse um recomeço feliz;
Lembro das lágrimas caindo e da minha falta de coragem de impedi-las de prosseguirem seu caminho;
Lembro que vesti uma camiseta velha só pra sentir teu cheiro;
Lembro de não ter aceitado que tinhas me deixado e fantasiado que você iria voltar;
Lembro da falta de gosto da comida que me foi empurrada;
Lembro que esperei você e lembro do gosto amargo da esperança morrendo;
Lembro de ficar grudada ao telefone e não vê-lo tocar e, quando tocou, lembro de atender à primeira chamada e lembro da frustração por não ouvir tua voz;
Lembro de tentar fazer planos que não incluíssem você;
Lembro de não achar espaço pra me esconder;
Lembro de ouvir minhas músicas e tentar não dedicá-las à você;
Lembro de sentir uma saudade que remédio nenhum arrancou de mim;
Lembro da solidão me amedrontando e encolhendo-me entre os lençóis;
Lembro de imaginar teu abraço e conseguir me abrigar nele, como se ali fosse meu lar;
Lembro de olhar todas as nossas fotos e de reviver todos os bons e maus momentos;
Lembro de te querer desesperadamente;
e lembro de esperar e esperar..
E ainda te espero ..

domingo, 10 de janeiro de 2010

Sempre houve saída, mas ela nunca quis encontrar

Sempre houve uma porta e ela quis entrar.
Sempre houve uma barreira, e ela quis transpassar.
Sempre houve o medo, e ela quis o vencer.
Sempre houve a dúvida, e ela quis revisar.
Sempre houve o ontem, e ela quis esquecer.
Sempre houve diferenças, e ela quis recorrer.
Sempre houve o não dito, e ela quis esclarecer.
Sempre houve o desejo, e ela quis o esconder.
Sempre houve o coração, e ela quis o calar.
Sempre houve o amor, e ela quis ignorar.
Sempre houve o tempo, e ela quis vê-lo passar.
Sempre houve o sol, e ela quis o luar.
Sempre houve a chance, e ela deixou passar.
Sempre houve ressentimento, e ela quis recuar.
Sempre houve calmaria, e ela quis perturbar.
Sempre houve sentimento, e ela quis esvaziar.




Da série: Revirando o Baú
Escrevi isso em 2007
E por algum motivo, ainda gosto ;)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O amor é a única revolução verdadeira !

Que seja, então, o amor a motivação pra revolução – e falo daquela revolução necessária, sem armas, nem cortes, às vezes com algum ferido, mas em menores proporções!
E quando digo amor, não menciono somente aquele entre homem e mulher – falo do amor como um todo e, principalmente, o amor próprio, porque esse é tão ou mais necessário do que qualquer outro.
Voltando à revolução, falo da necessária guerrilha pessoal – sabe aquele conflito com seu orgulho que não cessa nunca? Sabe aquela mania de mentir que não para mais? Ou aquele sentimento de raiva que não passa nunca?
Declare guerra às suas limitações e promova sua própria revolução – tire de seu pelotão de frente aquilo que te impede de ser você mesmo! Se é medo, enfrente-o; se é timidez, escancare-a; se é uma doença – vença-a! tire de sua retaguarda todas as “lições-trauma” que aprendeu, troque seus valores por alguns dias, permita-se a liberdade, voe de asa delta, troque um pneu, enfrente seu passado e aí sim- coloque seu exército pra frente.
Mova suas guaritas, vá em direção ao êxito, busque a si mesmo e não se deixe abalar pelas baixas de guerra – para vencer é necessário saber aceitar que pedaços de si podem estar partidos, que algumas batalhas podem ser perdidas, mas há sempre o amanhã e, principalmente, há um objetivo a ser seguido, uma motivação para continuar lutando contra si mesmo e contra o mundo, se necessário, mova-se pela paixão ou apenas pela necessidade de seguir, mas, SIGA !
E siga porque tem amor suficiente por si, pelo próximo, ou pelos próximos – Siga porque a guerra é longa e o nome dela é vida, siga porque sem coragem não há glória e siga porque no final das contas, o exército é sempre você e se ele não vencer, não haverá comemoração, não haverá sorrisos, nem medalhas e nem as tão sonhadas batatas de Machado de Assis!
Me aproprio de Machado para declarar:
“Ao vencedor de suas batalhas diárias e guerrilhas pessoais, as batatas!”